UMA REFLEXÃO SOBRE A PASSAGEM DE 2020 PARA 2021

 

Mais um ano que se foi, dentro do cronômetro ordinário que, por sua vez, compõe o ciclo social e cultural do viver humano. Muitos problemas foram resolvidos e diversas conquistas alcançadas. Os eventos estariam seguindo seu fluxo, se não fossemos interceptados pela propagação de um vírus por intermédio dos eficientes meios de transportes modernos e divulgados pelos sofisticados meios de comunicação de massa contemporâneos. Aspectos que marcam o ano de 2020 singularizando-o, em termos históricos e sociais, pela doença contagiosa que se dispersou pelo mundo inteiro, a Covid-19, causada pelo vírus da família Coronavírus, denominado SARS-CoV-2, que teve como consequência altas taxas de morbi-mortalidade, especialmente no nosso País.

Um vírus que assola todas as classes sociais, etnias, crenças e ideologias. Mas é bem verdade que as pessoas com maior vulnerabilidade, tais como idosos, pessoas com comorbidades e os excluídos socialmente, foram ainda mais afetadas.

A reflexão sobre o contexto da pandemia não se restringe apenas a uma relação de causa e efeito, de uma infecção viral e suas sequelas, mas nos conduz a debruçar sobre a complexidade social, a situação das instituições de saúde, o estilo de vida humano, a maneira de educar e ensinar.

Vale ressaltar que cientistas ambientalistas, ecologistas e pensadores, já haviam alertado às autoridades mundiais sobre a recorrência de viroses endêmicas e pandêmicas recorrentes e decorrentes da forma de exploração dos recursos naturais e do patrimônio cultural, alterando de modo extraordinário o ecossistema. Neste sentido, não se pode afirmar que essa pandemia foi de fato uma surpresa, tendo em vista que as previsões críticas e propostas ecológicas para o planeta foram tratadas em eventos e acordos políticos mundiais.

Todavia, esse momento foi inusitado, uma experiência singular com repercussões psicobiológicas e sociais, mudando as configurações familiares e de trabalho, intensificando e gerando formas distintas e intensas de viver e conviver.

A vivência nesse momento pandêmico em 2020 e agora no inicio do novo ano, e a eminência de uma imunização, nos faz reavaliarmos as forma de lidar com a vida, com o ensino e com o cuidado em saúde. Trata-se também de uma tensão entre a vida e a morte, cujos esforços para avançar de modo diferente no cuidado com a vida e preservá-la se tornam eminentes medidas contemporâneas.

Esta nova realidade exige mudanças no planejamento de modo criativo, proativo e adaptativo, se tornaram emergentes diante dessa calamidade pública. Haja vista o avanço na produção de vacinas numa rapidez nunca dantes visto. Nessa perspectiva, a produção de conhecimento e o ensino inovador, participativo, diferenciado, emergem como possibilidades, que quiçá, será perene, mesmo com o retorno das atividades presenciais acadêmicas e assistenciais.

Destarte, as iniciativas da gestão da EEAAC em 2020, registradas nos encontros da Unidade, procuraram agregar, comunicar, promover atividades que valorizassem um ensino de qualidade e a vida dos trabalhadores e estudantes. De tal modo que foram realizados trabalhos remotos, reuniões, encontros científicos e culturais online, tais como a Semana de Enfermagem, a Semana Científica da Enfermagem e as Lives inerentes às temáticas emergentes, materiais de proteção individual foram angariados entre outros. Por conseguinte, emergiram reflexões, discussões e propostas de pesquisa, ensino e extensão, agregando docentes, discentes e técnicos administrativos.

Como de fato 2020 foi um ano singular em decorrência da pandemia, que foi marcado pelas grandes perdas humanas, nos faz pensar profundamente sobre o valor da vida nesse contexto social e político. Assim, nos solidarizamos com os familiares frente à perda de colegas de trabalho, de nossos entes queridos e amigos, que faleceram nesse momento, nos deixaram lembranças, sabedoria e o legado do cuidado em saúde.

Ao mesmo tempo, com determinação e esperança, podemos criar novos modos de educar e de cuidar, impulsionando assim novas maneiras de ser, de pertencer e de reinvenções perenes. Um novo porvir pós-pandemia, a partir das imunizações e dos cuidados correlatos, vai requerer novas reinvenções para lidar com um novo contexto social, que não será mais o mesmo do passado. Neste sentido, almejamos continuar nossas atividades nesse novo ano com entusiasmo, de forma integrada e solidária.

 

Enéas Rangel Teixeira e Simone Martins Rembold

Direção da EEAAC

 

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